De mão dada com ELA

 No meio das sombras, numa existência incerta

A chama apaga-se lentamente, enfraquecida

A moléstia decadente, insidiosa e precisa

Avança sem tréguas, é doença assumida


Ó vida efémera  que se consome nos gestos

Ainda que o tempo flua com calma e leveza

És a cruel certeza de uma sina infinda

Que se esconde nas entranhas, subtil fortaleza


Nesta jornada ardua, sem remissão

O corpo é o palco onde o mal representa

E eu sou espectador, prisioneiro e fiel


Mas o espírito resiste, ao mal que inventa

A chama perdura, mesmo se é sonho, ilusão

E as palavras que calo, escrevo-as no papel


(2023/07/29)





Comentários

Mensagens populares